25 de fevereiro de 2011

Dias de verano - Ausência


Perdoem-me pelo fato de não estar contando minhas histórias de verão, mas é que com o clima chuvoso que paira sobre essa cidade, com o tempo corrido da universidade e com o coração ocupado por uma nova chance, não tenho parado aqui para escrever.
Assim que o sol ressurgir em sua força, o verão tomará conta de mim novamente e continuo com as outras histórias.

Até mais!

19 de fevereiro de 2011

Deputado Jair Bolsonaro exprime sua opinão acerca da Homofobia

Segundo o deputado, projetos de leis que tramitam na Câmara agride os direitos de pessoas "normais", os héteros.

Acompanhe agora a entrevista que a Revista Época fez ao Deputado Jair Bolsonaro sobre os projetos de Criminilização da Homofobia. 

ÉPOCA Como vê a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT?
Jair Bolsonaro – O primeiro passo para desgraçar um país é mexer na célula da família. Eles vão atacar agora o ensino fundamental, com o “kit gay”, que estimula o “homossexualismo” e a promiscuidade. Tem muito mais violência no país contra o professor do que contra homossexuais. Quando eles falam em agressões, é em horário avançado, quando as pessoas que têm vergonha na cara estão dormindo. A regra deles é a porrada e querem acusar nós, os normais, os héteros.

ÉPOCA O senhor não teme estimular a violência com essa retórica?
Bolsonaro – Negativo. Só quero que a opção sexual se revele na intimidade do quarto, não obrigar um padre a casar um gay. O bigodudo vai dar um beijo na boca do careca, na frente dos convidados, e isso é legal?

ÉPOCAComo vai ser o diálogo com o deputado Jean Wyllys?
Bolsonaro – Vou ter atrito com ele no campo das ideias e dos projetos, que vamos fazer de tudo para enterrar nas comissões. Se depender de mim, e de muitos outros, não vai para a frente. Em nome da família e dos bons costumes. Eles vão querer o quê? Vamos colocar um espanador na orelha? Vão vender os serviços de “homossexualismo” deles, é isso?

ÉPOCA Se a homofobia virar crime, o senhor vai parar de criticar os gays?
Bolsonaro – Tenho imunidade para falar. Não vou medir palavras. Eu defendo a pena de morte, que é mais grave que criticar homossexual. O pessoal me chama de retrógrado, dinossauro, mas a verdade é que o Brasil está piorando desde o fim do regime militar.

ÉPOCA O kit contra homofobia nas escolas não é importante para reduzir a violência contra os alunos gays?
Bolsonaro – Não tem nada a ver. Ele está é estimulando o homossexualismo e a promiscuidade. Dependendo do público que você permite a informação, vai deturpar. Nesse kit, consta três filmetes, um deles é o “Encontrando Bianca”. A história é esquisita. É um menino, que pinta as unhas, que quer ser chamado de Bianca, que quer frequentar o banheiro feminino. E no final ele passa a ser uma referência na escola. Eles alegam que é da 5ª série em diante, mas não tem como você botar uma linha porque os prédios são de 1ª à 9ª série, como vai dizer que aqui só pode ver quem está na 5ª série para cima?

ÉPOCAQual é o problema do filme?
Bolsonaro – É um estímulo ao homossexualismo. É uma porta aberta para a pedofilia. Você vai aguçar a curiosidade dessa molecada numa idade muito precoce. Acho que a garotada vai para escola para aprender matemática, língua portuguesa, história e, se possível, um pouquinho de educação moral e cívica, que hoje não existe mais.

ÉPOCA Em discurso, o senhor disse que “se um garoto tem um desvio de conduta (de orientação sexual), ele tem que ser direcionado para o caminho certo. Nem que seja pelas palmadas”. O senhor não teme estimular casos de violência dentro de casa, que podem levar a agressões físicas graves e até a morte?
Bolsonaro – Essa política de defender o coitadinho já está aí desde que o Figueiredo saiu e olha como está a situação da educação no país hoje em dia. O professor tem preocupação de dar nota baixa porque ele pode apanhar do aluno. No meu tempo, os meus colegas tinham medo de comentar nota baixa com os pais. Eu não quero abrir mão de dar umas palmadas na minha filha se preciso for. Tem um projeto de lei criminalizando isso aí. O espancamento, que é uma lesão física, está previsto em lei que você não pode, é crime. Mas, quando um filho nosso começa a ter desvios, ter comportamento violento, você pega uma cinta, dá três lambadas e ele se endireita. E se você pode direcionar o comportamento agressivo, porque não o comportamento delicado demais? Eu tenho pavor, Deus me livre um filho meu começar a entrar para esse lado de ser delicado demais.

ÉPOCA O senhor acha que falar mal de gays publicamente é um direito?
Bolsonaro – Qual o problema? Eu vou continuar criticando porque eles querem ser uma classe de primeira categoria. É o plano do Projeto de Lei 122 [que criminaliza a homofobia] que está no Senado. Se aprovar aquele projeto e um dia eu tiver que aprovar alguém comissionado, eu já nem pego o funcionário se perceber que joga no outro time. Isso porque, na hora de ser mandado embora, você nunca sabe o que ele vai alegar. Olha que absurdo, numa escola, dois moleques de 16 anos começam a trocar beijos e, se o diretor advertir, começa com três anos de detenção. Quer dizer, começa com “kit gay” na escola, uma proibição como do PL 122, mais a lei da palmada, esse país vai virar terra de ninguém.

***
Lida a entrevista não consigo deixar de expressar minha indignação, não ao direito que cada um tem de não gostar de outra pessoa por um motivo ou por outro, mas sim pela ignorância de pessoas que foram escolhidas por nós para defender nossos direitos. É esse homem ai, retrógrado e cabeça dura que nos representa.
Com isso eu só tenho um conselho à dar para vocês, queridos leitores, cuidado no seu voto! 
Não gosta de homossexuais? Certo! Mas não pense que homossexualismo se ensina na escola.

11 de fevereiro de 2011

Verano Peligroso


Ela já havia ligado para todas as suas amigas! Fazia questão de mostrar á todas que iria para a famosa ilha onde tudo acontece. Fazia suas malas e sonhava... Sonhava com o sol, o calor, "os gatiiinhos de suunga!!", o luxo dos hotéis e tudo o que de melhor poderia aproveitar do verão.
Era hora de fazer as malas: "Un par de minifaldas, tenis, bañadory media tonelada de bronceador, la radio, maquillaje, mis lentes de sol. Voy con la casa puesta, soy un caracol", afinal não podia esquecer de nada. Enfim teria sua liberdade: sem irmão mais velho enchendo o saco, sem mãe lembrando a todo momento que o João Carlos é melhor partido que "esse tal de caveira". Nada disso! Apenas liberdade! Céu azul, areia dourada e calor!
Nem sabe ela da sujeira do mar e dos vendedores vindos do inferno para oferecer bunjingangas todo o dia... Ainda!

2 de fevereiro de 2011

Te Quiero


Era noite de formatura e todos já haviam ido. Só ficaram os dois. Ela com medo, ele estava para ir embora. Viaja ainda naquela madrugada. Ela o solta e olha para trás, tem medo, muito medo de perdê-lo. Ele a abraça. A abraça forte. Segura sua mão e fogem dali, vão para a casa dele e ficam ali no sofá da sala mesmo, as malas dele já estão lá em baixo, facilitaria a viagem de logo mais. Ela o olha firmemente, mas como já havia chorado muito, deita em seu colo e dorme. Vendo-a dormir sobre ele, sente que ela respira, que sonha.
Ele queria ficar ali com ela, mas precisa ir. Não a acorda e repete baixinho: "te quiero. Dejame dizer otra vez que te quiero, te quiero, te quiero". A deixa dormindo e parte.

1 de fevereiro de 2011

Cuando baja la marea


Ela estava sentada ao sol, areia fina colada em seus pés, lágrimas nos olhos e seus lindos cachos vermelhos dançavam ao vento. Sua canga, mais do que proteger suas pernas do sol, escondia suas cicatrizes. Cicatrizes deixadas pelo homem que ela ama. Sim. Ela ainda o ama e mesmo assim não consegue lembrar do rosto do cafajeste que fora embora com uma vagabunda no primeiro ônibus da manhã de ontem. Ela tenta, tenta lembrar de seu rosto, pelo menos para ter um motivo concreto para chorar, uma lembrança para tentar apagar, mas não consegue. A única foto que restara dele, a maré borrou.
O que acontece para que ela não o lembre é que "la mente cuando baja la marea, mostrando la estructura del dolor activa un mecanismo de defensa para que no se ahogue el corazón".