30 de março de 2011

Sobre Homofobia


O que tem tramitado no senado é a nova lei sobre a homofobia, que caracteriza o preconceito e agressão contra homossexuais. Porém isso tem gerado certa polêmica no mundo aqui fora, também. 
O que eu posso perceber, é que isso acabou sendo levado para o outro extremo, e o que parecia uma defesa contra o preconceito para homossexuais, está prestes a se tornar um ataque a favor do preconceito contra heterossexuais. Oras...
Creio que mais importante que qualquer lei sobre homofobia, é mais importante um bom senso de  cada um sobre o que é respeito. Se não for dessa maneira, viveremos em eterna repressão, só que agora com outros ditadores. Nem tudo que envolva homossexualidade é ofensa. Todos temos nossos direitos de nos expressar. Todos temos os direitos de não desejar que nossos filhos sejam homossexuais. Todos nós temos direito de não gostar de determinadas pessoas, hetero, gay, bi, seja o que for. O que eu não posso é ofender nem desrespeitar ninguém.
Mas como eu já disse antes, as leis estão tomando rumos tão extremos quanto os da homofobia. Se continuar assim, em alguns anos, será criada uma lei contra a "heterofobia". Hoje eu soube que de acordo com a nova lei que está tramitando, será possível um casal gay ficar a vontade, se beijar loucamente em um restaurante e ninguém poderá falar nada. 
Certo.
Mas o que vale ai é o respeito. Ora. Se um casal hétero fazendo isso, é ridículo e ofensivo, será ridículo e ofensivo também para um casal gay. Independente de qualquer lei. Essa lei vai é aumentar o preconceito. Olha... Existem casais gay que se respeitam e não precisam estarem se agarrando em todos os lugares para serem felizes. Estes, na maioria das vezes, nunca se sentiram ofendidos por isso. O que vai acontecer com essa lei, é que os mais extremistas, não saberão respeitar o ambiente, e achando que estão numa onda de "tudo é permitido" serão alvo das atenções e farão todos olharem e comentarem por baixo dos panos que é uma falta de respeito tal comportamento. E é.
Imagine chegar com sua família (papai, mamãe, vovó e filhinhos) em um restaurante e na mesa ao lado ter um casal se esfregando, se beijando calorosamente. É constrangedor? Claro que é. 
Se o casal que estiver se esfregando for um homem e uma mulher, e eu chamar um funcionário do restaurante para informar que estou me sentindo constrangido, eu apenas estou contrangido.
Se o casal que estiver se esfregando for formado por dois homens, e eu chamar o garçom e informar que estou me sentindo constrangido, ai estarei sendo homofóbico.
Percebem a diferença que isso tudo vai causar? Só inverteremos os papéis.
Mais do que leis, é preciso criar uma educação que venha desde criança. Afinal ninguém nasce com preconceito. 

27 de março de 2011

Eu já estava me acostumando

Eu já estava gostando das suas ligações e de suas mensagens de celular alegando saudade. E você sabe disso. Até disse que também sentia em vez de ficar calado e beijar sua testa em sinal de respeito como fizera outras vezes.
O que te fez se afastar de mim, talvez tenha sido o que me fez se apegar a você. Esse tempo em que tudo conspirava para que eu não ouvisse sua voz ou tocasse seu rosto só fez alimentar minha saudade. Me fez crescer a vontade de estar perto de você, de ficar me perguntando se já estava começando a amar em vez de gostar, como sempre te disse. 
Acho que o seu fósforo acendeu meu cigarro, e o vento da distância que te apagou, me acendeu e eu não fiz o menor esforço para não ser tragado depois de aceso, e isso me fez ficar mais aceso e mais frágil. Já tinha passado pro isso e me lembrava que depois disso tudo sobram apenas cinzas e mesmo assim não me neguei a me permitir gostar de você, depois de tanta resistência.
Não me neguei a pensar em você para saciar meus desejos solitários no meu quarto frio, a te ligar quando bêbado para falar aos berros que gosto de você.  Passei por cima de medos, de raivas, de brigas de família para te ter dormindo aqui. 
Para aliviar outras dores, dores estas que me causaram desespero e você o viu, para aliviar estas dores, agarrei-me ao primeiro lençol que estava em minha frente. Lençol este que nos cobriu da ultima vez que dormimos juntos. Não peguei este lençol para sentir isso, mas senti, e não sei se já havia sido efeito das dezenas de remédios que tenho tomado ou se a dor de seu cheiro, que agora é utópico para mim, tomou conta da dor que sentia, meio que uma troca, sabe? Mas o fato é que a primeira dor passou.
Eu que estava meio anestesiado durante nossa conversa final, senti a ficha cair e ecoar como uma moeda no poço. E doeu. Eu que te disse que não estava bem, mas também não estava morrendo, cheguei a chorar. Posso não estar de fato morrendo, como já tive em outros fins, mas estou com uma sensação incômoda. Como quando o dente não dói. Incomoda.
Ainda vou cobrar o ultimo beijo que você me ofereceu. Um golpe de misericórdia.

22 de março de 2011

Uma história de valores


Voltando no passado, eu vou me perguntando mais uma vez. De volta às estações da minha juventude, eu me lembro de uma caixa de retalhos que alguém nos deu e de como a minha mãe as utilizou; Havia retalhos de todos as cores, cada pedaço era pequeno e eu não tinha um agasalho e já estavamos no final do outono. Mamãe costurou os pedaços, costurando cada pedaço com amor. Ela fez o meu agasalho de muitas cores do qual eu tinha muito orgulho.
Enquanto ela costurava, ela contou uma história de uma biblia que ela tinha lido sobre um agasalho de muitas cores que José usou. E depois ela falou falou: "Talvez esse agasalho lhe traga sorte e felicidade" E eu mau podia esperar para usa-lo,e mamãe me abençoou com um beijo.
Eu tinha um agasalho de muitas cores que minha mamãe fez para mim.Feito apenas de retalhos, mas eu usava com orgulho. Apesar de não termos dinheiro, eu era tão rica quanto eu poderia ser. No meu agasalho de muitas cores que minha mãe fez para mim.
Então com remendos na minha calça, buracos nos meus dois sapatos e com o meu agasalho de muitas cores eu me apressei para a escola e encontrei os outros rindo e fazendo piadas de mim e do meu agasalho de muitas cores que minha mãe fez para mim.
Eu não podia entender aquilo. Pelo o que eu sentia eu era rica e contei para eles todo o amor que minha mãe costurou em cada remendo e contei para eles toda a história que minha mãe me contou enquanto costurava e como meu agasalho de muitas cores valia mais do que todas as roupas deles.
Mas eles não entenderam e eu tentei faze-los enchergar que uma pessoa só é pobre se ela quiser ser. Agora eu sei que não tinhamos dinheiro, mas eu era tão rica quanto eu podia ser. No meu agasalho de muitas cores que minha mãe fez para mim. Só para mim.

Dolly Parton

19 de março de 2011

Você tem o amor

Seu corpo, assim como esse vinho barato, embriaga-me. A diferença é que seu corpo não é barato, nem precisa de álcool para me embriagar. Cada curva perfeita, cada pelo que arrepia quando te toco, cada grau do teu mamilo que enrijece na minha língua. A carne branca e macia que eu faço questão de segurar firma ao abrir tuas pernas é o que me embriaga.
E não há nada que valha mais do que isso. Nada faz-me arrepender de ter pagado nota a nota meu salário completo. Dentro do envelope, sem nem mesmo saber em que animais se dividem estes valores. Pago! E pago quantas vezes precisar para sentir seu perfume por cada ponto sensitivo de mim. Sentir teus beijos e acreditá-los serem só meus. E são. Esta noite. Esta hora serão meus. E de mais ninguém. Foi pra eles que trabalhei um mês inteiro.
Oh que belo lingerie! Em outro corpo não ficaria melhor. Quero tirá-la. Quero fazer de você o que eu puder. Quero realizar meus desejos, beber os mais raros licores, entrar no mais estranho país das maravilhas onde Alice alguma jamais foi. Quero cortar cabeças, soltar fumaças pelos ares, quero ser seu. Pupilas dilatadas de prazer. Unhas que me arranhas as costas e suor... O meu suor colado ao seu, seu batom vermelho sangue e seus olhos escondidos atrás de sombra escura.
Nua! Sob luz da lua, desta lua que nos esperou por 18 anos. Desta lua que apenas ilumina o que eu quero ver, o que eu quero sentir. Quero tocar teus seios miúdos. Vou tocar-te. Vou fazer-te mulher, minha mulher! E se depois disto você ainda resolver cobrar para que outro deite-se ao teu lado, mulher, nunca mais voltas a me ver. Mato-te! Pago-te para ser minha, sempre.

Devuelveme A Mi Chica

Ele chorava sozinho em seu quarto. Mas o ódio fervia em suas veias. Não suportava saber que sua garota tinha fugido com outro. Um  bad boy não aceita perder o que é seu pra um mauricinho de suéter amarelo. Mesmo que seja por este ter um Fiesta branco e ele não.
Mas ele jurou vingança. Em sua cabeça já via seu carro destruído. Com a foto dela nas mãos, ele repete para sí mesmo: "No te reiras nunca mas de mi. Lo siento nene vas a morir. Tu me quitaste lo que mas queria y volvera conmigo volvera algún dia." E ele vai. Com raiva, com força e por amor. Ele vai...

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15 de março de 2011

Sobre Victor Valentin e o gosto pelas marcas


Hoje o grande segredo para os personagens da atual novela das 7 da Rede Globo de Televisão, a já citada neste blog, "Tititi", foi revelado no mundo virtual da São Paulo onde só existem dois estilistas: Victor Valentin, o grande estilista espanhol foi revelado ao mundo como um relis morador das zonas menos privilegiadas da capital paulista.
Mas o que venho falar para vocês, caros leitores, não se trata de uma revelação da novela, mas sim de algo que me chamou atenção e me instigou a voltar a bater meus dedinhos para vocês. O que venho comentar aqui é a cena onde a alta sociedade paulistana que só podem comprar de dois estilistas apareceu revoltadíssimaao descobrir que pagava caríssimo por vestidos feitos por um paulista pobre e sem reconhecimento. Daí pergunto a vocês?
O que elas compravam? Um nome ou um vestido lindo e de boa qualidade, com caimento perfeito e tecidos nobres? Sim, por que independente de feitos por um espanhol ou por um brasileiro eram vestidos lindos somente para a novela, na maioria das vezes que elas compravam.
O pior é que acontece isso na maioria das vezes aqui fora. Quem nunca pensou em comprar um casaco ridículo só por que tem um rinoceronte gigante na frente? Quem nunca pagou com os olhos da cara pra ser um outdoor ambulante de uma marca ou de outra? Afinal, como já declarou a blogueira imaginária da própria novela em seu blog "Mas o que faz uma pessoa valorizar a si mesma tão pouco, a ponto de acreditar que precisa de uma griffe pra ser alvo de interesse?"
Eu confesso a vocês que gosto de pagar um pouco mais por uma ou duas peças de roupas, mas não faço por marcas, procuro bom gosto e qualidade, o que nem sempre encontro nos camelôs da minha cidade ou na feira de Santa Cruz, Pe. Mas nada que me faça sempre comprar em shoppings, nada que me impeça de comprar uma camisa listrada por menos de R$10,00 numa loja popular, ou de aproveitar uma camiseta linda por menos de R$15,00 em um supermercado. 
Afinal, não somos nomes, não consumimos nomes, somos humanos que consomem tecidos, perfumes e tudo o que mais for necessário, sabendo que estes foram feitos, desenhados e criados por humanos. Se alguns foram desenhados por nomes, são bem feitos e de bom gosto, vale a pena pagar mais por isso. Mas coloque mais do que o nome na sacola com a qual você desfila nos corredores do shopping antes de voltar pra casa; coloque o trabalho interminável dos humanos que costuraram esta roupa. Se possível coloque até o sorriso obrigado da pessoa que passou oito horas de pé esperando o seu cartão de credito.