25 de setembro de 2010

À meia luz




Apague essas luzes! Não quero que veja meus defeitos. Calma! Não precisa apagar tudo. Também não preciso esconder minhas qualidades. Acenda um abajur, velas ou até mesmo a deixe luz da janela passar por entre as cortinas de cores claras se for mais fácil assim. É assim que eu gosto. À meia luz. É assim que ficamos mais íntimos. Que precisamos ficar mais perto um do outro. É assim que precisamos aguçar nossos sentidos. É assim que sua pele fica mais macia, seu cheiro penetra melhor em minhas entranhas. É assim que escondo meus ossos e deixo minha alma despida. É assim que fico ao mesmo tempo vulnerável e protegido de seus olhos penetrantes como de um assassino premeditado. É assim que eu me entrego mais. É assim que te toco com mais prazer. É assim que vemos nossas sombras misturadas na parede de trás da cama. É assim que nos vemos apenas o bastante. É assim que faremos amor.

12 de setembro de 2010

Saudade e só.



Saudade é algo que carregamos conosco. Algumas temos de carregá-las sem opções de escolha. Algumas escolhemos tê-las. Saudade é algo que dói. Muitas vezes nós temos os nossos remédios mas nos negamos a tomá-los pelos motivos mais triviais possíveis: Orgulho, medo, desconfiança... Mas será que vale a pela? Vale mesmo a pena carregar consigo uma dor sem livrar-se dela de uma vez? Ou será que o melhor é jogar tudo para o alto, acreditar em quem se ama, em que te ama e ver que a verdade existe e não é um bicho de 7 cabeças. Umas 4 ou 5 talvez, mas ainda assim. Na vida nem tudo é fácil, e um bicho que quatro cabeças não é nada em relação aos monstros de uma cabeça só com os quais lhe damos todos os dias. O que nos resta é saber acreditar no amor e nas causas impossíveis, perdoar quando se tem o que perdoar, quebrar um pouco mais a barreira do orgulho, desembaçar as lentes dos seus óculos que ficaram manchadas com o vapor causado pelo calor de um momento e perceber quem te ama de verdade. Quem também sente saudades e daria uma vida para matá-la.