24 de novembro de 2010

Carta aos dos dias de hoje


Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos... Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo. Viver é melhor que sonhar! Eu sei que o amor é uma coisa boa, mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa... Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina. Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens. Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua é que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz. Você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantada como uma nova invenção. Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão pois vejo vir vindo no vento cheiro de nova estação. Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração...
Já faz tempo, eu vi você na rua... Cabelo ao vento, gente jovem reunida. Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais... Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos... Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais... Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não. Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém, você pode até dizer que eu tô por fora ou então que eu tou inventando, mas é você que ama o passado e que não vê... É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem...
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude tá em casa guardado por Deus, contando vil metal. Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...

Elis Regina

19 de novembro de 2010

De banho tomado

Ele tinha seus 23 anos e nunca havia saído do sítio onde morava. Na verdade tinha, mas nunca entrado em uma casa da cidade de fato. Se já tivesse entrado, provavelmente não saíra da cozinha ou da sala. 
No sítio, a vida era diferente. Sempre tomava-se banho de cuia, com água em uma bacia, jogada sobre o próprio corpo com uma cuia ou uma vasília qualquer.
Houve uma época em que sua tia vira de São Paulo para morar em uma cidade do interior da Paraíba e o chamou para passar uns dias com ela e ajudá-la em sua mudança e demais serviços quaisquer.
Quando chega o fim da tarde, no primeiro dia em que estava morando com sua tia, ele pede autorização para tomar um banho. Mas... Cadê a bacia?

-Tia! Com que água eu tomo banho?
-É essa mesma, meu filho! 

"Hm... Onde está essa bacia?"  Ele resmungou no banheiro.
Olhava para um lado, olhava para o outro...

-Tia! Ainda não tou achando a água!
-Tem água sim, meu filho! Pode tomar banho!

"Hm... Deve ser essa aqui!" Pensou. E tomou o seu banho, achando super moderno "essa coisa de povo da cidade tomar banho com essa água que de onde mais se tira, mais tem".

Após o banho, todos sentem um cheiro estranho de desinfetante e perguntaram-no que sabonete ele usara. Ele responde que tinha usado um que tinha lá no banheiro mesmo, e falou surpreso da bacia com tampa de onde ele tirava a água que nunca acabava. "É tão pouquinha água dentro da bacia, mas quanto mais se tira, mais tem". Foi então que sua tia percebeu:
Ele tomou banho no vaso sanitário!


*Essa história é um causo real.

16 de novembro de 2010

Prato meio vazio.

.
Já me perguntaram por que eu ainda peço esmolas, mesmo sendo capaz de trabalhar e seguir em frente. Se eu peço esmolas é por que preciso destas. Sei que só receberei os restos de um almoço próprio, e é como se esse resto fosse meu por direito. Eu sei que não é, sei que tenho direito a uma alimentação decente. Todos nós temos. Mas é que esses restos me fazem bem. Conheço seu tempero e gosto deste. Já comi na mesma mesa de quem pedi esmolas. Sem essas esmolas, morro de fome. É triste para mim chegar sujo em sua porta e pedir o resto de seu almoço, mas ou é o resto ou é a fome. 
Às vezes me negam a esmola, mas no dia seguinte, não sei se por sobrar demais, não sei se por minha cara de fome, a esmola me vem de bom grado. Pode até vir num prato bem posto, com garfo e faca, como um ser humano merece.
Sei que mereço comida melhor,e até já provei lanches rápidos de um cachorro quente de qualquer esquina. Sei que por ai existe um abrigo com comida boa. Talvez nem tão boa assim, mas isso é uma questão de tempo, é uma questão de acostumar o paladar. Um dia aprenderei a gostar da comida de outras mesas. Mesas de donas de casa que não me dão esmolas, mas que me dão abrigo.
Então, aprenderei a cozinhar, e dividiremos nossos pratos, tanto para comer, como para lavar. E estarei, então, satisfeito!

12 de novembro de 2010

Monotonia Responde: Presente de Aniversário



"Namoro há menos de uma semana e o aniversário do meu namorado acontecerá daqui a sete dias. Com o que eu posso presenteá-lo? Obs.: quero dar um presente diferente do comum e personalizado."
(Leitora)

• • •

Olá, leitora! Olha... Vocês estão namorando há poucos dias, por isso é melhor não arriscar muito. Mas se você quer fazer o diferencial, que tal uma camiseta personalizada? Sim! Camisetas são básicas e todo mundo adora, não tem como errar. E o diferencial fica por conta da personalização. Tire a artista que existe em você, customise a camiseta com bottons, uma pintura bacana e vai em frente! Se você preferir, nossos parceiros  "Comofaz?" customizam  para você! Além disso, você pode colocar o presente em uma embalagem bem bacana e acrescentar com mais lembrancinhas legais. Só não dê perfumes! Já dizem os mais velhos que "quando o perfume acabar, o seu namoro vai junto".


• • •

Mande você também a sua dúvida para seuslim@yahoo.com ou twitter.com/seuslim com a hashtag #monotoniadiaria!

8 de novembro de 2010

Mais do que vejo






 O escuro incomoda. Apague todas as luzes, ponha uma venda olhos se for necessário. Agora ande. É! Sem rumo mesmo! Fica difícil, né?  Agora imagine como é viver sem a luz, mas não só por uns instantes, mas por toda uma vida. Imagine-se sem rumo, como você ficou agora. Ponha-se no lugar daqueles que não precisam apagar as luzes ou vendar os olhos para ter o medo, a angústia que você sentiu.

Ficou aterrorizado ou com pena? Não fique. Com todas as dificuldades essas pessoas podem ser felizes, podem sorrir da mesma forma que você sorri quando não tem as vendas nos olhos. Talvez até por não precisar de vendas, essas pessoas veem mais do que você. Enxergam mais do que você. Somos todos cegos! Não enxergamos um palmo à nossa frente, mesmo com toda a luz que chega à nossos olhos. Não conseguimos ver os sentimentos mais puros ou as mentiras mais fedorentas de quem está perto de nós.  Aqueles desprovidos de luz sim, podem ver além, muito além do que nossas íris são capazes de enxergar.
Pense nisso! A vida nem sempre é somente a imagem com a qual nos preocupamos tanto. As flores não são só as cores, tem os perfumes e a maciez das pétalas. Ponha mais vezes as vendas nos olhos! Mas desta vez não tenha medo. Tenha coragem, tenha a sensibilidade de enxergar além. Pessoas que nasceram sem visão são capazes de fazer isso, aprenda com elas! Aprenda a olhar para dentro das pessoas, a superar os obstáculos, a vencer as dificuldades. Veja! Veja que o mundo não é só o que olhamos, mas o que sentimos e podemos fazer por ele! Ajude o próximo! Seja as cores e Veja feliz! Ou vice e versa se preferir assim. 



7 de novembro de 2010

Causou o maior tititi?




Quando surgiu o Tititi de que uma novela que trata de moda estava para voltar, os fashionistas de plantão logo ficaram todos ouriçados a espera de finalmente algo para fazer subir os termômetros da moda brasileira. As primeiras semanas da novela, não sei se pela minha pouca experiência no assunto, não sei se pela euforia da novidade, pareciam dispostas a pagar as promessas que as campanhas com croquis, modelos e muitos flashs faziam, mas...
O que vemos em Tititi, em relação a moda, não passa de água morna. Vemos uma revista de moda com editoriais sem sal (o que falar do editorial especial da edição 300 feito no Rio de Janeiro?), dois “estilistas” totalmente desatualizados e personagens com figurinos normais(inhos) demais. A própria editora da revista Moda Brasil, Suzana Martins, erra um pouco, talvez pelo medo de errar; não somente no figurino, mas em suas atitudes que devem muito para uma editora de moda. Stela Sanches, que parecia ser um monstro sagrado da moda,  que no começo da novela prometia apresentar críticas ferrinhas à moda brasileira, que segundo ela mesma, está “tão morna” acabou por perder esse poder todo ao longo da trama, tornando-se apenas mais uma personagem comum da trama. Além de uma agência de modelos que está mais para agência de publicidade.
Quanto à grande revelação da novela, o que vemos é uma moda desatualizada, mas que causa uma grande euforia apenas nos personagens da novela, já que não vemos nenhum grande diferencial nos traços de Victor Valentin. Devo confessar que o primeiro vestido assinado por este, o magnífico vermelho apresentado ao mundo pela desastrada Desireé merece todo o destaque que teve, mas os demais modelos podem ir parar em lojas de aluguel de roupas para formatura sem maiores constrangimentos.
Salvemos a magnífica Mabi (lê-se Mabí). Com seu personagem fake  criador de um blog, a Beatrice M, é a única que cumpre toda a carga da novela. Sem medo de falar, até mesmo por se esconder atrás de um computador, a Beatrice M ganhou vida real fora da novela e tem um blog de verdade. Tá. Isso poderia ter sido feito com colaboração de fashionistas do mundo aqui de fora para dar mais veracidade ainda, mas ainda assim, a personagem da garota de 12 ou 13 anos, ousa em suas peças, faz customizações que beiram a perfeição e entende de fato da moda atual. Também podemos falar de sua irmã, a Val, que com um visual rebelde e roqueiro, ela mostra todo o seu estilo e atitude.
Quanto à moda masculina, essa já não era de se esperar muito, já que estamos falando de moda masculina no Brasil em uma novela de TV aberta na mesma frase. Mas posso dizer que o figurino de Julinho, personagem gay não podia deixar de ser da trama tem umas peças que chamam bastante atenção, com suas golas que fogem do que todo mundo usa nas ruas. Seu namorado, que também mostrava um estilo muito legal, faleceu nos primeiros capítulos. Seria uma boa promessa. Talvez mais uma promessa não paga.

Para resumir, não que a novela se vista mal, mas faltou muito para cumprir o que prometeu, talvez por ser a primeira dos últimos anos a tratar do assunto de fato, mas falta muito para marcar o nome na história da moda, para lançar tendências de verdade, que não sejam um brinco de zíper como foi uma novela das 6. Um cabelo aqui, outro lá... Mas isso toda novela já faz. O que faltou foi o Tititi de fato.

Iso n se faiz


Não devemos desprezar os sentimentos de ninguém, sejam estes de quem forem. Mesmo que não consigamos retribuí-los, devemos respeitá-los e considerá-los. 
Mas nem sempre conseguimos ficar sérios quando alguns poucos e pequenos erros de português são apresentados nesses sentimentos. Pois bem...
Uma amiga minha mostrou-me uma linda mensagem que recebera do seu ex com alguns pequenos e imperceptíveis erros de português. Não revelarei o nome da menina que recebeu a declaração, nem do que o mandou, até porque, só existem duas pessoas com o nome dele no Brasil inteiro; um no Ceará e um aqui em Campina Grande. Sim! Ela pesquisou o nome estranho dele na internet para chegar a tal conclusão.
Com vocês, a mensagem sem correções para que vocês a leiam.
 
"olha so vc depoiz de me perde veja so vc q pena vc n qz me ouvir vc n qz sabe disfeiz do meu amor hj e vc quem ta sofrendo amor hj sou eu q n teque o meu coração ja tem um novo amor vc pode fazer oq quizer  vc jogo fora o amor q te dei o soinhos q soinhei iso n se faiz vc jogo fora a minha iluzao"

Para quem não reconheceu a letra da música, trata-se de um grande sucesso do grupo de pagode Raça Negra.

6 de novembro de 2010

Monotonia Entrevista: @iBruuna



Na última semana, antes da reforma do nosso blog, entrevistamos a blogueira e moça do twitter @iBruuna. Para um trabalho do meu curso universitário, a entrevistamos sobre os benefícios de se escrever à mão, um velho hábito que veio sendo perdido ao longo dos tempos.
Em uma conversa descontraída e animada, Bruna nos fez diversas revelações sobre o hábito de escrever. Confira, agora, a primeira entrevista da nova fase do “Monotonia Diária”!

Monotonia Diária: Você tem o hábito de escrever à mão?
@iBruuna:  Eu prefiro o computador pelo fato de que um trabalho digitado além de ser exigência de muitos professores é aparentemente mais organizado.

M.D: hm... Mas vc escreve pra um blog, onde, na maioria das vezes você escreve seus sentimentos, neste você também escolhe o computador pra escrever?
@iBruuna: Escolho sim já que a internet é um meio mais acessível para que eu possa escrever para "meus leitores" e escrever direto do computador facilita, e muito, isso. (risos) É diferente de escrever em uma agenda (coisa que eu não tenho). Toda vez que eu penso em escrever algo, já corro pro computador.

M.D: Isso levanta uma questão, muitas meninas tiveram ou tem uma agenda ou um diário para escrever. Esse hábito está se perdendo... O que você acha disso, depois de saber dos benefícios de escrever à mão? Seria falta de informação dos benefícios ou a internet está tomando esse hábito?
@iBruuna:  É fato que esse hábito de escrever seus sentimentos na agenda está sendo deixado de lado justamente por conta do advento da internet. As meninas trocaram o diário pelo Blog; a boneca pelos jogos de meninas e o esconde-esconde pelo bate-papo virtual.


M.D: Mas sua letra é bonita ou você já passou por algum constrangimento por causa dela?
@iBruuna:  Minha letra é regular. Sempre entenderam ela apesar de não ser lá esses exemplos de caligrafia, não acho que ela seja feia não.

M.D: E por falar em caligrafia, você já a fez alguma vez?
@iBruuna:  Só quando pequena na alfabetização. Era um caderninho com as letras e a gente tentava "imitar". Nunca consegui fazer o "S" maiúsculo da caligrafia. Era complicado. Até hoje não sei fazer (risos)

M.D: Mas e agora que você conhece mais os benefícios de escrever à mão, pretende ter mais esse hábito ou vai continuar preferindo o computador na maioria das vezes?
@iBruuna:  Olha, o hábito é uma coisa muito difícil de deixar de lado. Mas como toda boa aprendiz, pretendo colocar em prática esse ensinamento de hoje. Eu realmente perdi o costume de escrever à mão e acredito que não estou só nessa.

"-Tou me achando sendo entrevistada assim (muitos risos). Tou me sentindo uma celebridade. Voltemos à entrevista"
"-Mas você é uma celebridade, môzinha!(risos)"

M.D: Pode deixar, amor, acabamos por hoje! Muito obrigado!
@iBruuna: Obrigado, jornalista! *-*

Conheça o blog da nossa entrevistada:
http://alemdo-queseve.blogspot.com/

Também o seu twitter:
http://twitter.com/iBruuna/

3 de novembro de 2010

Monotonia pergunta...


Estou pedindo a sua ajuda! Sim, caro leitor, estou a fazer um trabalho de faculdade e preciso de sua opinião!
Aqui do lado temos uma enquete fresquinha que fechará suas opções no próximo dia 15 às 00:00. Esta quer saber se você acha que a mídia influenciou no resultado das eleições. Então é isso!
Votem! É importante para mim.
Ah! Se quiserem acrescentarem algum comentário sobre seu voto, pode ser por aqui mesmo!

Atenciosamente,
Roberto Araújo.

Professoras



A felicidade acomoda. Ela não sabe ensinar e nos deixa acomodados, como professores legais que nos dão as notas sem maiores trabalhos. A dor, essa sim é um a excelente professora. Ela é como um professor chato, mas que ensina o importante e não fica de brincadeiras e conversas com os alunos na hora das aulas. Se as aulas com a felicidade são mais divertidas e te ensinam diversas coisas, as aulas com a dor te faz aprender o que realmente importa, o que você vai levar para o resto da vida. É assim que é, é assim que tem que ser, foi assim que eu aprendi.