14 de junho de 2011

Projeto sem título

(é difícil arrumar um título que descreva tudo o que estou sentindo. Estou aqui na frente do computador procurando alguma palavra, mas esta não vem. Desculpem)

De todas as minhas perdas essa é a que mais está me doendo. Eu não a perdi. Graças a Deus, ainda tenho o conforto de ligar para casa e saber que ela está lá. Imóvel, me esperando com seu sorriso sem dentes e sua pele cheirando a bebê. 
Mas as coisas não estão fáceis pro lado dela, sua idade avançada sua gripe que insiste em ficar e sua pressão que apresenta altos e baixos inconstantes a deixam fragilizada. Por isso eu tenho medo. Ainda a tenho do meu lado, mas não sei por quanto tempo. A pessoa a quem dedico amor incondicional está indo embora e eu não consigo fazer nada. 
Nas noites que ela não consegue mais dormir, eu também não tenho dos melhores sonos. É um sono alerta, como de um gato que acorda e sai correndo ao mais leve passar de mãos sobre seus pelos macios.
Isso me dói. Se chorei a partida de namorados que sempre voltam, nem que seja por uma noite, não imaginava que a dor dessa perda em especial me devoraria vorazmente como esta faz. 
Eu ainda a tenho do meu lado, e isso m deixa feliz. Agradeço a Deus todos os dias e todas as noites por isso. Mas sentimos sua partida e todos choram lá em casa.
Minha mãe já não consegue se controlar faz algum tempo. Ela não dorme, ela não come... Agarra-se aos cigarros como se estes fossem pilares de um grande templo grego, capaz de segurar até mesmo a ira dos deuses. Meu pai pelo menos largou o álcool em que se afogava todos os dias. Ele sabe. Sim, ele sabe que por mais forte que eu seja, não serei eu a conseguir segurar essa barra sozinho. Mas eu tento. 
Por mais que eu ainda não tenha chorado, minha vontade é de encontrar um lugar onde eu possa ficar realmente só e sangrar como um lago que transborda. 
Mas ao mesmo tempo que quero ficar sozinho pra enfim conseguir chorar o que preciso, eu preciso de gente perto de mim. Gente que me marcou de alguma forma, gente com quem eu tenha criado algum vínculo, por menor que seja. Sem mágoas, sem mais dores. Apenas um abraço apertado e sincero.
É só isso que eu quero.

2 de junho de 2011

No msn


A vontade que eu tenho é de dizer que seu colchão ainda está o esperando debaixo da minha cama e de chamá-lo pra sair comigo depois do meu trabalho pra pegar-mos um cinema e aproveitar-mos o escurinho. Mas mesmo com as palmas da minha mão suando e minha barriga gritando de dor como se levasse socos com força, eu não o direi diretamente.