28 de setembro de 2011

Salve Rainha

 
Salve, Rainha, Mãe misericordiosa, vida, doçura e esperança nossa, salve! 
A vós brandamos os degregados filhos de Eva. 
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. 
Eias pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, 
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre, 
  Oh clemente!
  Oh piedosa!
  Oh doce sempre Virgem Maria. Rogais por nós Santa Mãe de Deus. 
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 

Amém.

19 de setembro de 2011

A Flor e o Jardineiro 3


Achei você no meu jardim, entristecido, coração partido... Bichinho arredio. Peguei você pra mim como a um bandido cheio de vícios e fiz assim...
Reguei com tanta paciência. Podei as dores, as mágoas, doenças, que nem as folhas secas vão embora.Eu trabalhei. Fiz tudo, todo meu destino. Eu dividi, ensinei de pouquinho, gostar de si, ter esperança e persistência. Sempre.
A minha herança pra você é uma flor com um sino, uma canção. Um sonho, nem uma arma ou uma pedra eu deixarei. A minha herança pra você é o amor capaz de fazê-lo tranqüilo, pleno, reconhecendo o mundo, o que há em si.
E hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza dos foras que a vida nos deu. Ela com certeza estava juntando você e eu.
Achei você no meu jardim...

Vanessa da Mata - Minha herança, uma flor.

13 de setembro de 2011

Sobre as coisas que lembrei


Hoje me fizeram lembrar das dores. Dores estas que foram revisitadas quando abri a caixa com suas lembranças. Pois é. Ainda guardo aquela caixa marrom cheia de pedras e ingressos que sempre foram só nossos.
Lembrei hoje do medo que eu tinha. Não sei ao certo se tive coragem de dizer, ou a vergonha me consumiu ao tentar assumir que tinha medo que você me deixasse para sempre. Chorava todas as vezes que você voltava para suas terras e não me dava notícias. Ia a força comprar o pão que só conseguiria comer quando terminasse o jornal sem notícias ruins. Sem ônibus virados nem acidentes na estrada.
Você não foi por morte. Ainda está bem vivo e mantemos contato. Eu que acreditei que jamais me acostumaria com sua partida, me acostumei aos poucos com sua presença de pedaços, com suas migalhas e esmolas que me davas quando queria. Hoje ainda nos vemos, nos beijamos quando temos vontade de ir muito além do beijo. Quebramos camas, deitamos no chão ou em qualquer colchão. De certa forma ainda estamos juntos. Porém inertes. Mornos. Mortos.
Não sei se guardamos amor. Não sei se guardamos rancor. Não sei se guardamos dor.
Não sinto mais a magia de te ver. Minhas mãos não suam mais e meu coração parece não mais disparar. Meus olhos não brilham, minha boca não treme e minha barriga não gela.
Queria isso de volta. Digo que não, mas tem alguém que insiste em dizer que eu quero você de volta.
Mas acho que me acostumei a te ter assim. Como um amigo com benefício. Meu desejo por você continua. E acho que vai continuar até alguém me arrebatar de vez e aceitar namorar comigo por mais de três meses.
Confesso que na ultima tentativa eu queria mesmo que desse certo, mas não deu. Dai como um io-iô, voltamos um para os braços do outro. Para as pernas, barrigas, pêlos, traços e laços.
E ficaremos assim eternamente. Chegou a hora de assumir isso.

6 de setembro de 2011

Eu fecho minha cara


Eu fecho minha cara a cada vez que você liga cheio de seus abusos.
Eu fecho minha cara para seu salto e suas drogas.
Eu fecho minha cara a cada vez que você ignora meus amigos.
Mas abro um sorriso a cada mensagem de carinho, a cada abraço e a cada beijo caloroso.
Abro um sorriso quando você faz aquela cara de quem quer demonstrar carinho e não pode no momento.
Abro um sorriso quando sei que sou seu baby; isso me faz sentir como se estivesse sob seus cuidados.
Abro um sorriso quando você me ouve e deixa de fazer algo pois entende que é para o seu bem.
Mas tenho medo. É, medo.
Dentre tantos abres e fechas, na verdade mais fechas do que abres, tenho medo de além da cara, fechar meu corpo, minha alma e meu peito. Coisa que não quero, e por isso crio força e paciência de onde não tenho mais. Tudo para manter o sorriso, a cabeça e o coração abertos.