19 de dezembro de 2013

Chove em mim

Chove lá fora e faz frio. O líquido gelado e transparente escorre pelo telhado e pega carona no portão antes de chegar ao chão. Mas assim como chove lá fora, chove em mim. Está frio aqui dentro também. Ranjo os dentes com força, em um tremor sem fim que me estala os ossos e arrepia a pele. Ai que falta que eu sinto dos arrepios! Não esses arrepios frios e incômodos que me fazem dormir sob sete cobertas, mas aquele arrepio quente de vapor na nuca. Chove dentro de mim. O líquido quente e trasnparente escorre pelos olhos e pega carona no meu rosto antes de tocar o seu. Seu rosto dorme. Inocente. Puro. Tímido e ingênuo. Incapaz de acordar de um sono pesado que enebria seus pensamentos e te esconde a verdade. Beijo sua face e deito-me. Olho para o outro lado e, mais uma vez, começo a chover.

7 de novembro de 2013

Unimultiplicidade do amor


Nada de procurar a fórmula do amor! Ele não é químico, muito menos matemático para se ter fórmulas perfeitamente exatas. O amor é interdisciplinar; é a soma e a divisão. É fazer história, é literatura, poesia, verso e prosa. É se encontrar geograficamente para que a química cuide dos hormônios biológicos.
O amor é um para cada um a cada qual. Para uns é assim e para outros é assado, sem clichês ou pieguismos, sem rótulos. Mas há quem não ame sem ser piegas, sem ser clichê. Parra uns a traição salva, para outros é a destruição. Se para você e o seu amor, viver 24 horas juntos por dia é importante, vivam! Deixe que o vizinho a aconselhar a distância para criar saudade fique distante do amor dele. Um amor não se aplica ao outro. O amor é único, de uso pessoal e intransferível. Até pra você mesmo! Amar de um jeito uma pessoa, não significa que será preciso amar igual um próximo amor, uma próxima pessoa, as regras mudam conforme o tabuleiro. Somente ame. Nada mais.

2 de novembro de 2013

Chove em mim


Sinto o frio e o silêncio dessa madrugada, quebrados apenas pelo tilintar da chuva no meu telhado; Lágrimas quentes de céu que lavam minha alma e encharcam o meu corpo que ferve. Me resta olhar pela janela, vigiar e esperar o teu não-aparecer ter um fim. Ainda tenho a dor no peito, a angústia e a esperança. A insônia e a vontade de cerrar os olhos para sempre, para sempre abri-los com os teus junto aos meus... Cúmplices e serenos. E seremos apaixonados. 


20 de junho de 2013

19 de junho de 2013

Vem pra rua!


A copa é o que precisávamos . Depois de anos vivendo como uma geração apática e ociosa, a juventude brasileira finalmente decidiu se mover. O país do futebol está vestindo verde-e-amarelo por um amor verdadeiro. O país do carnaval está lotando as ruas sem ser em blocos de axé. O país do futuro está mudando o presente. O meu Brasil, o seu Brasil, o NOSSO BRASIL está, finalmente, lutando por um direito nosso. É emocionante ver ruas invadidas em todo o país  por noites inteiras. É lindo não conseguir ver o chão, tamanha é a multidão.
Jesus Cristo, em sua agonia final, clamava por água e recebeu vinagre. O brasileiro, depois de tantos anos clamando e recebendo vinagre para enganar sua sede, decidiu devolver aos governantes essa bebida amarga. As profecias se cumpriram: Chegou o dia em que o governo teme o seu povo, e não o povo o seu governo. Chegamos ao topo do Congresso, fechamos as ruas da maior cidade do país. Mas ainda é pouco. Nós queremos mais! Não vamos sossegar enquanto não vermos a mudança que queremos ver.
Meus olhos marejam a cada vez que ligo a TV. Em partes, confesso, de vergonha a tristeza; existem, no meio de tanta coisa linda, de  tantas linhas triunfais da nova história da nova república, pessoas mal intencionadas, que não entender o real motivo do verbo lutar no sentido mais atual da palavra. Baderneiros e partidários querem manchar de sangue a nossa bandeira de paz. Mas não podemos deixar nos calarmos perante isso. Vamos gritar mais do que gol. Vamos comemorar uma vitória inédita do meu Brasil brasileiro!

18 de junho de 2013

E a bola ainda rola.

Eu defendo a copa do mundo! E peço que vocês leiam o texto até o fim antes de reclamarem. Vejam meu ponto de vista, me corrijam nos meus erros e concordem ou não comigo ao fim da leitura.
Em grandes momentos da história, o erro é em como se faz, e não somente no que se faz. A Copa do Mundo traz visibilidade para um país, reforça um patriotismo que infelizmente é esquecido por todos durante 3 anos, gera emprego, renda, lota o país de turistas dispostos a gastar muito e com potencial de amar nosso calor mais que praieiro, humano e com isso voltarem todos os anos, empregando gente em hotel e valorizando nossa cultura local, tão desvalorizada por nós mesmos. Então vemos aqui que o que foi feito não é tão errado assim. O problema no Brasil, como ocorreu nas Olimpíadas da China está em COMO SE FAZ. Então vamos lá entender o motivo que torna justa essa causa. A Copa do Mundo, como eu já disse, traz visibilidade para o país. Mas pra onde estamos virando esta visibilidade?? Tem muito deputado pra pouco professor. Tem muita corrupção para pouca educação. Tem muitos problemas para poucas soluções. Não há nada de errado em se fazer uma copa do mundo, desde que o país tenha uma estrutura decente para isso. Não há nada de errado em trazer turistas para o Brasil, se o brasileiro tiver uma vida decente e serviços públicos de qualidade para mostrar. Vivíamos em uma geração apática para os problemas que vivenciamos todos os dias. Que bom que acordamos. Que bom que decidimos lutar. Mas não sejamos hipócritas. 80% dos que falam que o dinheiro da copa não foi investido em educação, dariam um braço para comprar os ingressos e nem sequer terminam os cursos para o qual entraram através do vestibular. Reclamar por educação sem valorizar a que tem, é como lutar por comida e jogar feijão do lixo. Acorda Brasil!

Pizza com Vinagre


O nosso sangue, o nosso suor vale mais do que vinte centavos. Tem um gosto muito mais amargo que o vinagre e é muito mais limpo que aqueles que, inicialmente, nos representam. Passamos anos com os olhos fechados perante muita coisa. Mas o lacre rompeu. O cheiro azedo do vinagre está exalando por todo o país. Juntos somos um e vamos mostrar que somos invencíveis, imbatíveis e inabaláveis.
Antes de lutar por educação, vamos valorizar a que tivemos a sorte de receber. Vamos respeitar nossos médicos, nossos policiais, nossos professores e os que vieram antes de nós. Vamos preservar os poucos e precários ônibus que temos. Depredá-los, só dará aos grandes, uma desculpa para aumentar ainda mais as passagens.
Vamos gritar mais alto! Vamos lotar as ruas, congestionar os sites, vamos fazer tremer o Planalto da Borborema! Vamos mostrar ao Brasil que mais que a cidade do Maior São João do Mundo, somos Rainha. Rainha da Borborema, Rainha do Cruzeiro, do Bodocongó, do Catolé e de tantos outros bairros. Somos gente. Somos iguais em tudo.
Queremos passe livre em hospitais, em escolas, passe livre para poder andar de mãos dadas com meu namorado na rua sem medo da repressão. Queremos passe livre para falar o que pensamos sem agredir ninguém. Queremos passe e país livres de corrupção. Queremos salários melhores, uma vida melhor. Queremos muito mais do que nos devolve sua vã política imunda.
Preparem-se. Vamos azedar suas pizzas com nossos vinagres!

Roberto Araújo

8 de maio de 2013

Nós


São muitos os nós a nos prender. E de tantos nós entre nós, entre tantas amarras, amar pode ser proveitoso.  Aproveito isto em nosso leito, outro de nossos nós que fazem de nós um só nó, onde não amo, mas faço amor. Amar, amarrar, desamar e desamarrar. Uma história comprida, como um barbante quase que sem fim. Um barbante de nós. Um barbante nosso. Que nos une. Que nos enrola. Que nos amarra. Que nos prende.

24 de abril de 2013

Maçãs


É tempo de colher as maçãs; As maçãs do seu rosto; Aquelas que amadurecem com seu sorriso bobo quando me molha. É tempo de morder as maçãs; As maçãs do pecado; Aquelas que amadurecem quando deitamos, nus, numa cama alugada. É tempo de comer as maçãs; As maçãs da feira; Aquelas que amadurecem quando estamos com fome. É tempo de beber as maçãs; As maçãs do rum; Aquelas que amadurecem no copo descartável, num bar de calçada. É tempo de dedilhar as maçãs; As maçãs da tecnologia; Aquelas que amadurecem nos nossos planos de computadores novos. É tempo. É apenas o tempo. É apenas um mês...

17 de abril de 2013

Não ligue



Eu te suplico; por favor não ligue se eu esquecer a data de aniversário de nosso namoro; Garanto que não vou esquecer seu sorriso lento quando eu te pedi para ser meu. Não ligue se eu não guardo as passagens que me levam até você; Garanto que eu guardo todos os momentos que passamos juntos. Não ligue se eu não demonstro ciúmes; garanto que é apenas por confiar demais. Não ligue se eu não escrevo textos todo instante para você; garanto que esses textos ficam rondando minha cabeça, procurando uma harmonia para que possam, finalmente, ilustrar meu espaço e mostrar para todo mundo, da forma que você merece, que eu gosto de você.