10 de fevereiro de 2015

Dos gardenais


Esses dias a camisa estampada que ganhei no natal me sufocou ao vestir. Eu que sempre fui ligado a simbolismos, aproveitei dos gardenais que me controlam para acreditar que era verdade os comentários sobre eu ter engordado durante a viagem. Estou preferindo colher as flores a plantar o ódio, e assim, entre gardênias e gardenais, vou mantendo minha calma e dormindo mais que o necessário.
Em cada dose de calmaria química, esqueço-me de lembrar de pôr uma colher a menos de açúcar no café muito doce que aprendi em casa, esqueço-me dos esquecimentos e esperas. Em nome da paz e calmaria dos jardins que pretendo cultivar, me mantenho aqui, entre gardênias e gardenais.

26 de janeiro de 2015

Garçom. O de sempre!


Sua toalha continua pendurada no varal. Seu travesseiro ainda repousa sobre a mesinha no quarto, nossos colchões continuam deitados lado a lado e sua escova de dentes está no mesmo lugar de sempre. O filme que começamos a assistir ainda permanece na memória da tv no mesmo ponto onde pausamos. As lembranças continuam na minha memória no mesmo ponto onde paramos. Se eu fosse ao cinema hoje, provavelmente pediria a mesma pipoca e ao fim da sessão, entraria no mesmo café para tomar um espresso, o de sempre, com três sachês de açúcar.
"Mas é muito doce!"
Mas eu aprendi assim. Sempre fica alguma coisa. Sempre fica o de sempre.