5 de julho de 2012

A vida de Ana




Daquela casa simples, o café requentado e o colchão frio da cama eram as melhores lembranças de Ana. Não importasse o pouco conforto, mas essas lembranças vinham carregadas do cheiro de José. Ele, que acordava cedo todas as manhãs, fazia o seu café, deixando pouco mais de meia garrafa do líquido para sua amada requentar quando acordasse. O colchão frio, já pelo tempo que José deixara de aquecê-lo com seu corpo esbelto, era carregado do cheiro de sua pele queimada do sol.

A vida era simples, mas Ana amava tudo aquilo. Seu esposo e suas 3 filhas era tudo o que precisava para seguir adiante. Matar as galinhas, temperar suas carnes e bater o seu sangue. Tudo antes das meninas chegarem dos pés de algodão. O almoço tinha de estar pronto, afinal, "menina minha não estuda com fome".
Apesar de metade do mundo dizer que as 3 carregavam seus traços, Ana teimava em procurar nos olhos de cada uma, a imagem de vosso pai. A casa era simples e a sala chovia no inverno. Mas era cheia de amor.

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