16 de novembro de 2009

Mulata do Morro

Lembro daquela mulata que descia a ladeira todos os dias de manhã com uma bacia de coentro na cabeça. Lembro dos assobios que os malandros soltavam pra aquela bunda escondida no vestido vermelho. Lembro dos seus seios fartos que amamentavam seus 3 filhos de 3 homens filhos de uma puta que a abandonaram depois de aprenderem que perder o preconceito não é comer uma mulata, somente.
Lembro daquela mulata que subia a ladeira todos os dias de tarde com as mochila dos meninos nas costas. Lembro dos cochichos que as mulheres soltavam pra aquela bunda escondida no vestido vermelho. Lembro dos seus braços fortes que bateram em seus 3 homens filhos de uma puta que a abandonaram depois de aprenderem que perder o preconceito não é comer uma mulata, somente.
Lembro daquela mulata que descia a ladeira, todas as sextas de noite com o perfume forte e o cabelo arrumado. Lembro dos olhares que o pandeirista soltava pra aquela bunda escondida no vestido vermelho. Lembro dos seus olhos que choravam em casa por causa dos 3 homens filhos de uma puta que a abandonaram depois de aprenderem que perder o preconceito não é comer uma mulata, somente!

Roberto Araújo

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